Na penumbra que se impunha ao fim do dia o silêncio vingava. Ninguém ousava proferir um som. Num momento de pura magia uma esponja lavava alguns pratos, pairando orgulhosamente sobre a lava louças instalada na cozinha da “Toca”. A noite chegou sem que os sons se impusessem ao silêncio. E a escuridão da noite era a desculpa que Ginny precisava para se escapar do ambiente defunto que pairava na família. Subindo as escadas, dois degraus de cada vez, depressa entrou no seu antigo quarto. Deitou-se na cama, sem fechar os olhos e esperou que todos adormecessem. Segurava na mão um colar, em forma de coração. Como não se tinha lembrado disto antes? Perguntava-se, segurando cada vez com mais força no colar. Tinha sido um presente de James : “…um presente para que nunca sinta a tua falta, sem poder logo abraçar-te…” . E Ginny amaldiçoou-se por apenas agora perceber: não era apenas um simples colar, era um botão de transporte! Era meia-noite. Ginny levantou-se e pegou numa mochila que já tinha preparado. Fechou os olhos e respirou fundo. Segurando o colar, murmurou algumas palavras que se perderam no ar. Fechou os olhos e sentiu-se levitar, rodopiando no ar surreal que a apertava, retirando-lhe o ar. A aterragem foi dura, lançando-a ao chão. Abriu os olhos e respirou profundamente. O ambiente nocturno recebia da lua uma luz alaranjada. As rochas agigantavam-se a uma vegetação rasa que balançava no ar frio da noite. Caído perto das rochas estava uma pequena varinha. Ginny pegou-lhe, madeira de abeto com núcleo de sangue de dragão. A varinha do seu filho, James. As lágrimas corriam-lhe no rosto quando o cheiro salgado impregnou a sua alma. Estava perto do mar…o raciocínio corria livremente e rapidamente: Voldemort deveria ter levado James para um esconderijo, um sítio que lhe dissesse algo, que fosse importante…talvez um sítio que já tivesse usado uma vez: a gruta onde o feiticeiro negro tinha escondido o medalhão! Procurou um pouco e encontrou o medalhão de James, um para ela e outro para ele, tinha sido o melhor presente que tinha recebido e agora tal assumia contornos ainda mais verdadeiros...

1 Comment:

  1. Anônimo said...
    Olá! Bem, comecei a ler aos bocadinhos e digo-te que estou mesmo a gostar... mas vais ter de me dar algum tempo para chegar aos posts mais recentes. Mas pelo que já li, sei que vou ler o resto com muito gosto ;)

    bjinhos,

    Carolina

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